História da Biblioteca Mário de Andrade
A Biblioteca Mário de Andrade (BMA) é
uma das mais importantes bibliotecas de
pesquisa do país. Fundada em 1925 como
Biblioteca Municipal de São Paulo, é a maior biblioteca pública da cidade e a
segunda maior biblioteca pública do país, superada, apenas, pela Biblioteca
Nacional. Foi inaugurada, em 1926, na Rua 7 de Abril, com uma coleção inicial
formada por obras que se encontravam em poder da Câmara Municipal de São Paulo,
em cujo prédio a Biblioteca funcionava. Em 1937, incorporou a Biblioteca
Pública do Estado e, a partir de então, importantes aquisições de livros,
muitos deles raros e especiais, enriqueceram seu acervo. O crescimento de seu
acervo e serviços ocasionou a mudança da biblioteca para o atual edifício,
localizado na Rua da Consolação. Inaugurado em 1942, na gestão do Prefeito
Prestes Maia e tendo Rubens Borba de Morais como Diretor da Biblioteca, o novo
edifício, projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon, é considerado um
marco da arquitetura Art Déco em São Paulo.
A Seção de Obras Raras e especiais foi criada por Rubem Borba de Morais e aberta ao público em 1945. No entanto, a formação desse acervo data dos anos 20. Dentre as principais aquisições de obras raras e especiais, destaca-se a compra, em 1936, da biblioteca de Félix Pacheco, escritor, senador e Ministro das Relações Exteriores, que reuniu a maior coleção privada de obras raras e de Brasiliana do país, em seu tempo. Paralelamente, foram recebidas em doação as valiosas bibliotecas de Batista Pereira, advogado, genro de Rui Barbosa – em 1937; de Paulo Prado, escritor, organizador da Semana de Arte Moderna – em 1945; de Pirajá da Silva, médico, pesquisador da Esquistossomose – em 1977. Outras aquisições de peso incluem as bibliotecas particulares de Otto Maria Carpeaux, Francisco Carvalho Franco, José Pereira Matos, Antonio de Paula Souza, Alceu Maynard de Araújo, José Perez e Paulo Duarte, além de outras obras doadas por instituições ou particulares.
Em 25 de janeiro de 1944, foi inaugurada a Seção Circulante, no prédio da Biblioteca Mário de Andrade, com entrada pela Rua São Luís, local para onde retornou em 2010, quando de sua reabertura ao público, após algumas ‘andanças’ pela cidade.
Um ano depois, em 25 de janeiro de 1945, Sérgio Milliet, então diretor da Biblioteca, inaugurou a Seção de Artes, que reuniu a coleção especializada de livros, revistas e reproduções.
Foi em 1960, que a Biblioteca passou a denominar-se Biblioteca Mário de Andrade. Seu diretor era Francisco José Azevedo, bibliotecário formado na Escola da Prefeitura, que fora chefe da Seção Circulante.
Em janeiro de 1975, com a criação da Secretaria Municipal de Cultura, a Divisão de Bibliotecas, à qual a BMA estava vinculada, passou a ser Departamento de Bibliotecas Públicas, constituindo unidade orçamentária da Prefeitura.
Em 2005, com a criação, na Secretaria Municipal de Cultura, do Sistema Municipal de Bibliotecas, a Biblioteca Mário de Andrade adquiriu o status de Departamento, ganhando, assim, maior autonomia administrativa. No entanto, só em dezembro de 2009 foi aprovada sua reestruturação administrativa, cuja implantação lhe dá condições de cumprir adequadamente sua dupla missão: preservação e acesso.
De dezembro de 2007 a outubro de 2010, a Biblioteca passou por profunda reforma que envolveu, além das intervenções no edifício, também o restauro do mobiliário, a desinfestação de parte do acervo de livros e a higienização e a reorganização física de todo o acervo.
Em 21 julho de 2010, antes do término da reforma de todas as áreas do edifício, a Circulante foi reaberta ao público, oferecendo, então, além de um espaço atraente e adequado, um acervo de mais de 42 mil volumes atualizado e informatizado e um amplo horário de atendimento. Isso fez com que, de imediato, a Circulante recebesse mais de 700 usuários por dia.
Em 25 de janeiro de 2011, a Biblioteca foi finalmente reinaugurada, tornando disponível ao público as áreas de consulta das coleções fixas – Artes, Coleção Geral, Mapoteca e Raros e Especiais – bem como a sala de Atualidades e o Auditório. Isso trouxe de volta, principalmente, estudiosos, pesquisadores, artistas e intelectuais que se haviam afastado da Biblioteca em seu período de hibernação. A retomada da programação cultural no Auditório, por sua vez, ajudou a Biblioteca Mário de Andrade a retomar seu lugar na agenda cultural da cidade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário