quarta-feira, 18 de setembro de 2013

"ALGUMAS OBRAS"


Macunaíma ,1928


O Losango Cáqui, 1926


Belazarte, 1934



Os Filhos da Candinha, 1943

"CURIOSIDADES DO MÁRIO"

SELO COMEMORATIVO AO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO DE MÁRIO DE ANDRADE



Confeccionado em 1993 pela Empresa de Correios e Telegráfos, o selo tinha o valor de 30 cruzeiros naquele ano.

"FRASES DO MÁRIO"


"FRASES DO MÁRIO"


BIBLIOTECA MÁRIO DE ANDRADE

História da Biblioteca Mário de Andrade

A Biblioteca Mário de Andrade (BMA) é uma das mais importantes bibliotecas de pesquisa do país. Fundada em 1925 como Biblioteca Municipal de São Paulo, é a maior biblioteca pública da cidade e a segunda maior biblioteca pública do país, superada, apenas, pela Biblioteca Nacional. Foi inaugurada, em 1926, na Rua 7 de Abril, com uma coleção inicial formada por obras que se encontravam em poder da Câmara Municipal de São Paulo, em cujo prédio a Biblioteca funcionava. Em 1937, incorporou a Biblioteca Pública do Estado e, a partir de então, importantes aquisições de livros, muitos deles raros e especiais, enriqueceram seu acervo. O crescimento de seu acervo e serviços ocasionou a mudança da biblioteca para o atual edifício, localizado na Rua da Consolação. Inaugurado em 1942, na gestão do Prefeito Prestes Maia e tendo Rubens Borba de Morais como Diretor da Biblioteca, o novo edifício, projetado pelo arquiteto francês Jacques Pilon, é considerado um marco da arquitetura Art Déco em São Paulo.



A Seção de Obras Raras e especiais foi criada por Rubem Borba de Morais e aberta ao público em 1945. No entanto, a formação desse acervo data dos anos 20. Dentre as principais aquisições de obras raras e especiais, destaca-se a compra, em 1936, da biblioteca de Félix Pacheco, escritor, senador e Ministro das
 Relações Exteriores, que reuniu a maior coleção privada de obras raras e de Brasiliana do país, em seu tempo. Paralelamente, foram recebidas em doação as valiosas bibliotecas de Batista Pereira, advogado, genro de Rui Barbosa – em 1937; de Paulo Prado, escritor, organizador da Semana de Arte Moderna – em 1945; de Pirajá da Silva, médico, pesquisador da Esquistossomose – em 1977. Outras aquisições de peso incluem as bibliotecas particulares de Otto Maria Carpeaux, Francisco Carvalho Franco, José Pereira Matos, Antonio de Paula Souza, Alceu Maynard de Araújo, José Perez e Paulo Duarte, além de outras obras doadas por instituições ou particulares.

Em 25 de janeiro de 1944, foi inaugurada a
 Seção Circulante, no prédio da Biblioteca Mário de Andrade, com entrada pela Rua São Luís, local para onde retornou em 2010, quando de sua reabertura ao público, após algumas ‘andanças’ pela cidade. 

Um ano depois, em 25 de janeiro de 1945, Sérgio Milliet, então diretor da Biblioteca, inaugurou a Seção de Artes, que reuniu a coleção especializada de livros, revistas e reproduções.

Foi em 1960, que a Biblioteca passou a denominar-se Biblioteca Mário de Andrade. Seu  diretor era Francisco José Azevedo, bibliotecário formado na Escola da Prefeitura, que fora chefe da Seção Circulante.
 

Em janeiro de 1975, com a criação da Secretaria Municipal de Cultura, a Divisão de Bibliotecas, à qual a BMA estava vinculada, passou a ser Departamento de Bibliotecas Públicas, constituindo unidade orçamentária da Prefeitura.
 

Em 2005, com a criação, na Secretaria Municipal de Cultura, do Sistema Municipal de Bibliotecas, a Biblioteca Mário de Andrade adquiriu o status de Departamento, ganhando, assim, maior autonomia administrativa. No entanto, só em dezembro de 2009 foi aprovada sua reestruturação administrativa, cuja implantação lhe dá condições de cumprir adequadamente sua dupla missão: preservação e acesso. 
 

De dezembro de 2007 a outubro de 2010, a Biblioteca passou por profunda reforma que envolveu, além das intervenções no edifício, também o restauro do mobiliário, a desinfestação de parte do acervo de livros e a higienização e a reorganização física de todo o acervo.

Em 21 julho de 2010, antes do término da reforma de todas as áreas do edifício, a Circulante foi reaberta ao público, oferecendo, então, além de um espaço atraente e adequado, um acervo de mais de 42 mil volumes atualizado e informatizado e um amplo horário de atendimento. Isso fez com que, de imediato, a Circulante recebesse mais de 700 usuários por dia.
 

Em 25 de janeiro de 2011, a Biblioteca foi finalmente reinaugurada, tornando disponível ao público as áreas de consulta das coleções fixas – Artes, Coleção Geral, Mapoteca e Raros e Especiais – bem como a sala de Atualidades e o Auditório. Isso trouxe de volta, principalmente, estudiosos, pesquisadores, artistas e intelectuais que se haviam afastado da Biblioteca em seu período de hibernação. A retomada da
 programação cultural no Auditório, por sua vez, ajudou a Biblioteca Mário de Andrade a retomar seu lugar na agenda cultural da cidade.

"CURIOSIDADES DO MÁRIO"

NOTA DE QUINHENTOS MIL CRUZEIROS EM HOMENAGEM A MÁRIO DE ANDRADE

Averso: Efígie de Mario de Andrade, tendo a esquerda, desenho inspirado em fotografia de sua autoria, intitulada "sombra minha" acompanhada pelo ultimo verso do conhecido poema "Eu Sou Trezentos...".

Reverso: Cena representando Mário de Andrade conversando com crianças, ladeado por prédios que simbolizam o crescimento vertiginoso da cidade de São Paulo na época do escritor.


Período de Circulação: 02.08.93 a 15.09.94

"O homenageado devia se irritar lá no além (ou será que ria?), a cada dia da vida dessa cédula(*) que a inflação corroía sem piedade, sem nenhum caráter. Em 31.07.94, a taxa de cambio do dólar já se aproxima de 80 mil cruzeiros. Isso mesmo, um dólar custava próximo de 80 mil cruzeiros, portanto, a nota de 500 mil valia pouco mais que cinco dólares  ou pouco mais que 10 reais à taxa de hoje".



segunda-feira, 16 de setembro de 2013

"DEZ POEMAS"


Inspiração

          “Onde até na força do verão havia tempestades de ventos
           e frios de crudelíssimo inverno”                                                                Fr. Luís de Sousa

São Paulo! comoção de minha vida...
Os meus amores são flores feitas de original!...
Arlequinal!... Trajes de losangos... Cinza e ouro...
Luz e bruma... Forno e inverno morno...
Elegâncias sutis sem escândalos, sem ciúmes...
Perfumes de Paris... Arys!
Bofetadas líricas no Trianon... Algodoal!...

São Paulo! comoção de minha vida...
Galicismo a berrar nos desertos da América.

(p. 83)


Mário de Andrade por Tarsila do Amaral





























O Trovador

Sentimentos em mim do asperamente
dos homens das primeiras eras...
As primaveras de sarcasmo
Intermitentemente no meu coração arlequinal...
Intermitentemente...
Outras vezes é um doente, um frio
na minha alma doente como um longo som redondo...
Cantabona! Cantabona!
Dlorom...

Sou um tupi tangendo um alaúde!

(p. 83)




Ode ao burguês


Eu insulto o burguês! O burguês-níquel,
O burguês-burguês!
A digestão bem-feita de São Paulo!
O homem-curva! o homem-nádegas!
O homem que sendo francês, brasileiro, italiano,
É sempre um cauteloso pouco-a-pouco!

Eu insulto as aristocracias cautelosas!
Os barões lampeões! os condes Joões! os duques zurros!
Que vivem dentro de muros sem pulos;
E gemem sangue de alguns milréis fracos
Para dizerem que as filhas da senhora falam o francês
E tocam o "Printemps" com as unhas!

Eu insulto o burguês-funesto!
O indigesto feijão com toucinho, dono das tradições!
Fora os que algarismam os amanhãs!
Olha a vida dos nossos setembros!
Fará Sol? Choverá? Arlequinal!
Mas à chuva dos rosais
O êxtase fará sempre Sol!

Morte à gordura!
Morte às adiposidades cerebrais!
Morte ao burguês-mensal!
Ao burguês-cinema! ao burguês-tílburi!
Padaria Suíça! Morte viva ao Adriano!
"- Ai, filha, que te darei pelos teus anos?
- Um colar... - Conto e quinhentos!!!
Mas nós morremos de fome!"

Come! Come-te a ti mesmo, oh! gelatina pasma!
Oh! purée de batatas morais!
Oh! cabelos nas ventas! oh! carecas!
Ódio aos temperamentos regulares!
Ódio aos relógios musculares! Morte e infâmia!
Ódio à soma! Ódio aos secos e molhados!
Ódio aos sem desfalecimentos nem arrependimentos,
sempiternamente as mesmices convencionais!
De mãos nas costas! Marco eu o compasso! Eia!
Dois a dois! Primeira posição! Marcha!
Todos para a Central do meu rancor inebriante!

Ódio e insulto! Ódio e raiva! Ódio e mais ódio!
Morte ao burguês de giolhos,
Cheirando religião e que não crê em Deus!
Ódio vermelho! Ódio fecundo! Ódio cíclico!
Ódio fundamento, sem perdão!

Fora! Fu! Fora o bom burguês!...

(p. 88-89)


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Jorobabel


Um choro aberto sobre o universo desaba
A badalar... Um choro aberto sobre a Terra
Em bandos de ais... Guaiar profético se expande...
Anda fraco no mundo o agouro da miséria...

Job abúlico baba o fel que o devora... Hirta
A multidão que despareceu Abel...
Um choro... E a vida excessivamente infinita!...
Clamor! Ninguém se entende! Um Deus não vem!... Babel!...

Babel! Um choro aberto sobre a confusão
Das raças! Babel! Os sinos em arremessos
Bélicos! Badalar dos sinos! Multidão
Hirta! Jerusalém incendiada... Rebate

Babel! Jerusalém! Jorobabel! Babel!
Batem os bronzes bimbalhando! Pobre Job
Sem ouro, multidão devora e baba o fel!...
Um choro aberto de entes misérrimos...

(p. 143)


Mário de Andrade, 1931























Cabo Machado

Cabo Machado é cor de jambo,
Pequenino que nem todo brasileiro que se preza,
Cabo Machado é moço bem bonito.
É como si a madrugada andasse na minha frente.
Entreabre a boca encarnada num sorriso perpétuo
Adonde alumia o Sol de ouro dos dentes
Obturados com luxo oriental.

Cabo Machado marchando
É muito pouco marcial.
Cabo Machado é dançarino, sincopado,
Marcha vem-cá-mulata.
Cabo Machado traz a cabeça levantada
Olhar dengoso pros lados.
Segue todo rico de joias olhares quebrados
Que se enrabicharam pelo posto dele
E pela cor-de-jambo.

Cabo Machado é delicado, gentil.
Educação francesa mesureira.
Cabo Machado é doce que nem mel
E polido que nem manga-rosa.
Cabo Machado é bem o representante duma terra
Cuja Constituição proíbe as guerras de conquista
E recomenda cuidadosamente o arbitramento.
Só não bulam com ele!
Mas amor menos confiança!
Cabo Machado toma um jeito de rasteira...

Mas traz unhas bem tratadas
Mãos transparentes frias,
Não rejeita o bom-tom do pó-de-arroz.
Si vê bem que prefere o arbitramento,
E tudo acaba em dança!
Por isso cabo Machado anda maxixe.

Cabo Machado...  bandeira nacional!

(p. 144)


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 A serra do rola-moça (*)



A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não.
Eles eram do outro lado,
Vieram na vila casar.
E atravessaram a serra,
O noivo com a noiva dele
Cada qual no seu cavalo.

Antes que chegasse a noite
Se lembraram de voltar.
Disseram adeus pra todos
E se puserem de novo
Pelos atalhos da serra
Cada qual no seu cavalo.
Os dois estavam felizes,
Na altura tudo era paz.
Pelos caminhos estreitos
Ele na frente, ela atrás.
E riam. Como eles riam!
Riam até sem razão.
A Serra do Rola-Moça
Não tinha esse nome não.
As tribos rubras da tarde
Rapidamente fugiam
E apressadas se escondiam
Lá embaixo nos socavões,
Temendo a noite que vinha.
Porém os dois continuavam
Cada qual no seu cavalo,
E riam. Como eles riam!
E os risos também casavam
Com as risadas dos cascalhos,
Que pulando levianinhos
Da vereda se soltavam,
Buscando o despenhadeiro.
Ali, Fortuna inviolável!
O casco pisara em falso.
Dão noiva e cavalo um salto
Precipitados no abismo.
Nem o baque se escutou.
Faz um silêncio de morte,
Na altura tudo era paz ...
Chicoteado o seu cavalo,
No vão do despenhadeiro
O noivo se despenhou.
E a Serra do Rola-Moça
Rola-Moça se chamou.

* -  Este poema na verdade é uma parte do longo “Noturno de Belo Horizonte”, publicado em Clã de Jabuti, 1924.

(p; 164-186)






























Eu Sou Trezentos...
Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
As sensações renascem de si mesmas sem repouso,
Ôh espelhos, ôh Pirineus! ôh caiçaras!
Si um deus morrer, irei no Piauí buscar outro!

Abraço no meu leito as milhores palavras,
E os suspiros que dou são violinos alheios;
Eu piso a terra como quem descobre a furto
Nas esquinas, nos táxis, nas camarinhas seus próprios beijos!

Eu sou trezentos, sou trezentos-e-cincoenta,
Mas um dia afinal eu toparei comigo...
Tenhamos paciência, andorinhas curtas,
Só o esquecimento é que condensa,
E então minha alma servirá de abrigo.

(p. 211)



























Lundu do escritor difícil

Eu sou um escritor difícil
Que a muita gente enquisila,
Porém essa culpa é fácil
De se acabar duma vez:
É só tirar a cortina
Que entra luz nesta escurez.

Cortina de brim caipora,
Com teia caranguejeira
E enfeite ruim de caipira,
Fale fala brasileira
Que você enxerga bonito
Tanta luz nesta capoeira
Tal-e-qual numa gupiara.

Misturo tudo num saco,
Mas gaúcho maranhense
Que para no Mato Grosso,
Bate este angu de caroço
Ver sopa de caruru;
A vida é mesmo um buraco,
Bobo é quem não é tatu!

Eu sou um escritor difícil,
Porém culpa de quem é!...
Todo difícil é fácil,
Abasta a gente saber.
Bagé, piché, chué, ôh "xavié",
De tão fácil virou fóssil,
O difícil é aprender!

Virtude de urubutinga
De enxergar tudo de longe!
Não carece vestir tanga
Pra penetrar meu cassange!
Você sabe o francês "singe"
Mas não sabe o que é guariba?
- Pois é macaco, seu mano,
Que só sabe o que é da estranja.
(p.306-307)


Mário de Andrade pintado por Lasar Segall





















Os gatos


Que beijos que eu dava...
Não tigre, vossa boca é mesmo que um gato
Imitando tigre.
Boca rajada, boca rasgada de listas,
De preto, de branco,
Boca hitlerista,
Vossa boca é mesmo que um gato.

Nas paredes da noite estão os gatos.
Têm garras, têm enormes perigos
De exércitos disfarçados,
Milhares de gatos escondidos por detrás da noite incerta,
Irão estourar por aí de repente,
Já estão com mil rabos além de São Paulo,
Nem sei mais si são as fábricas que miam
Na tarde desesperada.

Penso que vai chover sobre os amores dos gatos.
Fugirão?... e só eu no deserto das ruas,
Oh incendiária dos meus aléns sonoros,
Irei buscando a vossa boca,
Vossa boca hitlerista,
Vossa boca mais nítida que o amor,
Ai, que beijos que eu dava...
Guardados na chuva...
Boiando nas enxurradas
Nosso corpo de amor...
Que beijos, que beijos que eu dou!

Vamos enrolados pelas enxurradas
Em que boiam corpos, em que boiam os mortos,
Em que vão putrefatos milhares de gatos...
Das casas cai mentira,
Nós vamos comas enxurradas,
Com a perfeita inocência dos fenômenos da terra,
Voluptuosamente mortos,
Os sem ciência mais nenhuma de que a vida
Está horrenda, querendo ser, erguendo os rabos
Por trás da noite, em companhia dos milhões de gatos verdes.

(p. 313-314)

Mário de Andrade em Araraquara





















Moça linda bem tratada
Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
          Um amor.

Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
          Um coió.

Mulher gordaça, filó,
De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
          Paciência...

Plutocrata sem consciência,
Nada porta, terremoto
Que a porta de pobre arromba:
          Uma bomba.

(p. 380)

BIBLIOGRAFIA


Há uma gota de sangue em cada poema, 1917; Paulicéia desvairada, 1922; A escrava que não é Isaura, 1925; Losango cáqui, 1926; Primeiro andar, 1926; A clã do jabuti, 1927; Amar, verbo intransitivo, 1927; Ensaios sobra a música brasileira, 1928; Macunaíma, 1928; Compêndio da história da música, 1929 (reescrito como Pequena história da música brasileira, 1942);Modinhas imperiais, 1930; Remate de males, 1930; Música, doce música, 1933; Belasarte, 1934; O Aleijadinho de Álvares de Azevedo, 1935; Lasar  Segall, 1935; Música do Brasil, 1941;Poesias, 1941; O movimento modernista, 1942; O baile das quatro artes, 1943; Os filhos da Candinha, 1943; Aspectos da literatura brasileira 1943; O empalhador de passarinhos, 1944; Lira paulistana, 1945; O carro da miséria, 1947; Contos novos, 1947; O banquete, 1978; Será o Benedito!, 1992; Obras completas, publicação iniciada em 1944, pela Livraria Martins Editora, de São Paulo, compreendendo 20 volumes; Poesias completas, 1955;Poesias completas, editora Martins - São Paulo, 1972.






Todos os poemas transcritos foram retirados do livro acima. ANDRADE, Mário de. Poesias completas: Edição crítica de Diléa Zanotto Manfio. Belo Horizonte: Itatiaia; Sao Paulo, USP, 1987.